recorrer a terra é se perceber enquanto corpo distante da escravidao contemporanea.
um dia da vida na mata fechada, meditaçao, respiraçao, transformaçao. acompanhar e estudar a paciencia das plantas, das velhas arvores, testemunhas do tempo e dos passantes de sua paisagem. a mata que guarda o mistico, a vida, a magia do contemplar o vivo, o movimento lento. do silencio, o grito. o meu e de outros tantos passaros, longe da selva de pedras concreto e pombos. é a extensao do meu ateliê, um laboratorio no quintal da cidade, ligo a camera, estendo a rede, durmo horas... acordo assustado, guardo a rede e sigo nu pelas trilhas que faço. vejo casulos, bichinhos nos troncos, paro na flor diferentona e desenho... observo ao redor e mais uma vez ouço apenas os passaros e meus passos... vejo arvores, suas raizes que se misturam a outras de outras especieis, reconheço ancestralidade... armo a rede. planto sementes, abraço arvores, performo mascaras de folhas gigantes, desligo a camera deito pra ler, o dia vaibse acabando, se diluindo... novos ruidos, hora de voltar. preservo permanencia nessa nova casa, novo lar... ocupo e gozo, abençoado e grato.