Um Projeto de:
Luís Backer, Danillo Amaral,
Performer:
Rastros de Diógenes
Rastros de Diógenes
Fotografia:
Danillo Amaral
Curadoria:
Luís Backer
A cabaça fruto sagrado de Exú, viajou através dos rios e mares e semeou-se por si só espalhando-se pelo mundo.
Representa a fertilidade e os caminhos de Exú, a força da sua proteção, criação e o movimento que o mesmo pode fazer.
Alinhado a figura histórica de Abdias do Nascimento; Professor, economista, artista, ativista dos direitos humanos,
fez história na política brasileira e foi nomeado a Exú da política por tamanha representatividade de força, atuação e resistência.
As sementes entregues podem ser plantadas ou guardadas a quem receber de bom grado. Sua simbologia vai da própria entrega
e disponibilidade que Exú é, em comunicar-se, multiplicar e proteger.
O incentivo ao ato do plantio e contato com a terra é um ponto que devemos instigar.
Esse poder da fertilidade e multiplicação é de todos por natureza, todos somos “exús” em suas potencialidades.
Sendo um fruto de utilidade comestível, artesanal(alimento e trabalho), e proteção por ser um fruto que envolve e resiste.
A forma lúdica de associar-se a figura de Abdias, e assim representá-lo como figura histórica brasileira.
Sabemos que vivemos e tempos tecnológicos, onde uma palavra, uma figura ou nome pode simplesmente acarretar numa série de informações desconhecidas, ainda que necessárias estão dispersas no sistema e fora do alcance popular.
A performance Exú Cabaça bate de frente com a problemática leitura de demonização da figura Exú por si só. Marginalizado pela intolerância religiosa e racismo de período histórico até aos dias atuais, por isso o risco em seu título deixando a intenção do rótulo de algo que querem apagar. Pela própria representatividade da entidade, na sua força em lutar, fortalecer e dar voz, e com isso entendemos a necessidade do fascismo em apagar e marginalizar algo que legitimiza e empodera o negro e as religiões afro-brasileiras, sendo Exú figura que desconstrói a leitura cristã sobre a existência de mal e bem como figuras únicas e inimigas e sim como forças existententes e dependentes dos seus próprios equilíbrios individuais para criar um estado de equilíbrio total.
Com o peso dessa pronúncia em veias artísticas com tais posicionamentos tão fundamentais para combater o fascismo, deixando Exú correr, levando ele e seu poder até o povo, lembrando heróis em mitologia ou na política.
texto de Danillo Amaral